domingo, 18 de setembro de 2011

Luar Incandescente - Capitulo 2

Como vocês sabem, à um tempo atrás, eu havia escrito o primeiro capitulo de uma fanfic que se tratava da mesma história de Dezesseis Luas, mas na visão de Lena. Se quiser lê-lo, pode clicar aqui . Mas voltando ao assunto, eu não pretendia continuá-la, talvez por falta de tempo mesmo, mas a nossa queria Ana Laura, resolveu aceitar o desafio de retomar a escrita.
Eu particularmente adorei, e você pode conferir o resultado logo abaixo.
Espero que gostem, e boa leitura.



Capitulo 2 


O sinal bateu anunciando o fim do dia de aula.
Eu não estava me dando tão mal na Jackson High, é claro que as pessoas não falavam muito comigo por eu ser a “Sobrinha do Velho Ravenwood”.
Hoje uma garota chamada Emily pegou meu caderno de poesia, mas Ethan pegou o caderno e me devolveu.
Ethan Wate.
Ethan Wate o garoto que sempre estava em meus sonhos me segurando, que virava minha cabeça, que era assunto de meus poemas e que eu relutava em esquecer. Ele morava aqui, na minúscula cidade de Gatlin, e hoje ele veio puxar conversa comigo.
Eu precisava esquece- lo, não seria justo envolve-lo nessa confusão que era minha vida.
Mas agora eu estava salva dentro do rabecão e indo em direção a minha nova casa.
Leguei o radio para eu parar de pensar em Ethan.
Dezesseis luas, dezesseis anos
Som de trovão nos seus ouvidos
Dezesseis milhas antes que ela se aproxime
Dezesseis procura o que dezesseis teme.
Ouvi a musica que andava me perseguindo, tanto em meu ipod, quanto na hora de tocar meu violino.
Como na aula de musica de hoje, meus dedos apenas sabiam os acordes da musica e eu seguia a musica automaticamente.
Distraída, pisei na embreagem e esqueci-me de acelerar o rabecão, fazendo o carro morrer.
Peguei meu celular na mochila da escola, mas não tinha sinal naquela parte da rodovia.
Que sorte, o carro morre nessa tempestade no meio da estrada, e meu celular não me ajuda em nada. Já devia ter me acostumado com essa minha sorte.
Minha raiva só fez com que a chuva aumentasse. Um trovão estourou no céu assim que sai do rabecão e a chuva começou a ficar horizontal.
Eu teria que esperar alguém passar pela estrada e quase chegar a rezar para que ele não soubesse que eu era a “Sobrinha do Velho Ravenwood” - coisa que Gatlin inteira sabia.
Outro trovão cobriu o barulho da chuva.
Um carro descontrolado apareceu na rodovia. Ele balançava de um lado para o outro e a cada segundo se aproximava de mim.
A um metro de distancia de onde eu estava o carro descontrolado parou. O reconheci, era o carro do amigo de Ethan.
Meus cabelos começaram a sacudir. Torci para que fosse o amigo dele que saísse do carro. Eu não podia ter ficar sozinha com Ethan, não com o carro do meu tio morto do lado da estrada.  Lembrar- me disso fez com que meus cabelos sacudissem mais.
Ethan saiu do carro e caminhou até onde eu estava.
Ele me observou por um tempo e me surpreendeu pegando meu pulso. Um relâmpago atingiu uma arvore perto de nós.
-Você é maluco? Ou péssimo motorista?- perguntei com raiva por ele ter quase me atropelado e por eu estar sozinha com ele.
-É você.
-O que está tentando fazer, me matar?
-Você é real- falou ele de um jeito estranho.
-Quase um cadáver real. Graças a você. – Não estava gostando do que eu estava sentido. Eu não estava sentindo repulsa, como deveria sentir; era uma coisa estranha como se tivesse alguma coisa se remexendo em meu estomago.
-Não sou maluco. Achei que era, mas não sou. É você. Você está bem na minha frente.
-Não por muito tempo- falei me virando e começando a andar. Não queria acreditar que ele tivesse os mesmos sonhos que eu.
-Foi você que apareceu do nada e correu pro meio da rua- disse pegando meu braço. Desviei o contato junto com a ideia de que ele estivesse passando pelo mesmo que eu todas as noites.
-Oi? Eu estava procurando alguém para me ajudar, gênio. O carro do meu tio morreu. Você podia ter passado direto. Não precisava tentar me atropelar.
-Foi você nos sonhos. E a musica. Aquela musica estranha no meu iPod.
Virei- me, não queria mais ouvir aquilo.
-Que sonhos? Que musica? Você está bêbado ou isso é algum tipo de piada?-Negaria até a morte, mas não o envolveria em meu mundo.
-Sei que é você. Você tem as marcas no pulso.
Virei e olhei para minhas marcas tentando pensar em alguma desculpa.
-Estas? Tenho um cachorro. Pare com isso.
Ele apenas me encarou. Puxei o capuz da minha capa de chuva e sai andando em direção a minha casa.
-Vou te dar uma dica. Da próxima vez, não deixe o carro no meio da rua durante uma tempestade. Ligue para emergência- disse ele atrás de mim.
-Eu não ia ligar para a policia. Nem devia estar dirigindo. Só tenho habilitação provisória. E, de qualquer maneira, meu celular morreu- gritei para que ele me conseguisse me ouvir com o barulho da tempestade.
-Deixa eu te levar pra casa. Você não devia estar andando por aqui.
-Não, obrigada. Vou esperar pelo próximo cara que quase vai me atropelar- respondi com sarcasmo.
-Não vai haver outro cara. Pode demorar horas até alguém chegar.
Aquelas palavras pesaram, era obvio que não ia aparecer ninguém, mas eu não tinha percebido isso. Voltei a caminhar.
-Não tem problema vou andando.
-Não posso deixar você ir pra casa com esse tempo.- A insistência dele fez com que eu produzisse, inconscientemente, um trovão que fez meu capuz cair. – Vou dirigir como minha avó. Vou dirigir como sua avó.
-Você não diria isso se conhecesse minha avó- falei gritando. Vovó surpreendia muita gente no volante.
-Vamos.
-O quê?
-Para o carro. Entre. Comigo.
O encarei. Estava chovendo muito e com isso que estava sentindo, só ia piorar.
-Acho que é mais seguro do que ir andando. Com você na rua, pelo menos.

O clima estava estranho entre nós. Ele não parava de me observar de soslaio.
-Você está meenc- carando- falei gaguejando. Eu estava com muito frio.
Ele desviou o olhar sem graça.
-Você devia tirar isso. Só vai fazer você sentir mais frio.
Lutei contra os botões do meu colete, estava tão frio que minhas mãos tremiam. Ele esticou a mão e desabotoou o colete. Fiquei paralisada, ele era louco.
-Vou aumentar o aquecimento.
-Ob-brigada.
Ele jogou a mão para o banco traseiro e entregou- me um cobertor com cheiro de mofo.
-Humm. Assim é melhor.
Fechei os olhos tentando esquecer que eu estava com Ethan em um carro. Mas as imagens do sonho que invadiam minha mente.
Abri meus olhos e comecei a desenhar no vidro, ignorando ele que continuava a me observar de soslaio.
Quando estávamos chegando à bifurcação que levava a cidade e a Gatlin, Ethan virou para a esquerda.
-Não, espere. Vire para a direita- ela disse.
-Ah, sim. Desculpe.
Ele devia estar se arrependendo de ter me dado carona, ninguém vinha para a parte direita da bifurcação.
-Por que veio morar com seu tio? Normalmente as pessoas querem sair de Gatlin; ninguém se muda pra cá.
-Morei em todos os lugares. Em Nova Orleans, Savannah, Florida Keys, Virginia por alguns meses. Morei até em Barbados por um tempo- contei. Eu nunca havia falado pra ninguém aquilo, mas alguma coisa me dizia que eu podia confiar em Etthan.
-Aonde os seus pais estão?
-Estão mortos- respondi outra pergunta que não responderia a ninguém.
-Desculpe.
-Tudo bem. Morreram quando eu tinha 2 anos. Nem me lembro deles. Morei com muitos dos meus parentes, a maior parte do tempo com minha avó. Ela teve que viajar por alguns meses. Por isso estou morando com meu tio.
-Minha mãe morreu também. Acidente de carro.
-Lamento. - Eu realmente lamentava, mas também estava feliz por ele estar me contando aquilo.

Ele parou na frente de Ravenwood, olhou pela janela e falou:
-Parece que os relâmpagos pararam.
-Tenho certeza de que tem mais de onde eles vieram. - Eu queria contar tudo a ele, mas me controlei, não ia entregar tudo tão fácil.
-Talvez. Mas não esta noite- falou.
Olhei para ele. Qual era o proposito dessa conversa?
-Não. Acho que acabou por hoje.
Ficamos olhando um o outro. Ele era bonito, tinha belos olhos azuis. Aos poucos o clima começou a ficar estranho.
-Acho que devo agradecer.
-Por não atropelar você?
Aquilo me fez sorrir, coisa que não fazia com muita frequência.
-É isso. E pela carona.
Ele me olhou atenciosamente antes de falar:
-Não foi nada. Quero dizer, tudo bem. Não esquente- disse ele completamente sem graça.
Ele colocou o capuz da jaqueta de basquete, como os meninos do time faziam quando uma garota bonita passava por ele. Aquilo me fez fechar o sorriso. Joguei o cobertor para ele com raiva.
-Então tá. Te vejo por ai- falei saindo do carro e entrando pelos portões de Ravenwood.
-Ela tem olho de vidro- falou ele.
- O que?- perguntei parando no meio do caminho.
-A Sr. English. Você tem que sentar do outro lado ou ela vai fazer você falar- gritou ele.
Ele realmente era maluco.
-Talvez eu goste de falar- falei sorrindo.
Entrei em casa, que hoje estava com uma decoração bem simples e branca.
Eu queria me aproximar de Ethan, alguma coisa nele me passava confiança, mas eu não podia.

OBS: Todos os personagens e direitos autoriais são exclusivamente das autoras Kami Garcia e Margaret Stohl. 

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